quarta-feira

Não Vou.

Não é minha a palavra grogue Não tem ópio meu verso estúpido Não mudarei meu vocabulário Não é com dicionário meu grito lúcido Não sem ter proposta assumo Não vou mais ser arredio ao rumo Vou minar caminho daqui à dentro Vou petrificar a grama de Piabiru Vou arrebentar estrada e endar com resto Vou fluir meus ares meu voar modesto Não tem feliz que dure pós fincar cabresto Vou andar para trás só para sentar no seco Não larguei a língua para cair no beijo Vou de cabeça no ombro do verbo Não desistir da tinta quando é meu desejo

4 comentários:

mari lou disse...

dentre tds as coisas do mundo, só o nosso mundo.... o resto é cabresto, revolta, explosão... só no nosso mundo a gente escreve e flui nossos ares, nossos vôos modestos... qer coisa mais linda e tranquila? só no nosso mundo, o tranquilo... o resto é condição d rendição...

gostei mto deste texto pq mostra com serenidade e delicadeza as angústias nossas dentro do mundo, das imposições e cobranças q a gente nem sempre qer cumprir, pq sabe q ñ é exatamente assim q a banda poderia tocar.... mas, ainda temos nosso mundo, "Não desistir da tinta quando é meu desejo" e assim a gente vive, entre o nó e o laço.

lindo.
mto lindo este.

mari lou disse...

uma coisa q esqeci d dizer sobre o seu poema:
a cadência dos versos foi perfeita para a proposta do poema. versos longos e cadnciados dão uma sensação d paz, d tranquilidade, d harmonia. o q contrasta com a agonia d idéias q vc desenvolve nele, ratificado a contradição q é essência do humano, desenvolvida no conteúdo dos versos: paz, ódio, barulho, silêncio.

agora, vento na cara. o círculo: a roda da bicicleta.

vou contar um segredo: também gosto d retornos.
(ñ conte a niguém)

Anônimo disse...

bom. pra falar a verdade nao gostei. mas é um problema so meu. é gosto pessoal. mas isso de eu nao gostar é mto bom, porque voce tem um estilo proprio que é especifico, por isso voce é um daqueles escritores que ou voce gosta ou voce nao gosta. é muito melhor ficar num extremo, do que ficar no meio termo.

Anônimo disse...

ahh, e isso de ficar nos extremos é genial. acho q isso deve ser uma filosofia de vida pra todo mundo, se arriscar, correr riscos, falar o que se pensa, ir para os extremos.

crédito do desenho no cabeçalho: dos meses duro, nanquim sobre papel, 2010 Philippe Bacana