quinta-feira

Neuronóseles - Crítica

por Isaac Frederico, originalmente publicado em BlogPresença

Dono de uma inconfundível poesia, misto de plástico-pena-gema-placa-de-metal, meio concreta e inteira sensível, não é a primeira vez que Heyk aparece aqui nas páginas do Presença. Durante o lançamento do livreto-presente "Elementar", em novembro passado, recebi em mãos um exemplar de seu belíssimo "Neuronóseles", então recém-lançado em outubro de 2007, que traz gratas surpresas da chamada poesia de rua. A melhor poesia do dito livreto, "O pop", já foi postada aqui, se não me engano em setembro ou agosto deste ano. Pra quem quiser conferir clique aqui. As poesias são bastante diretas em sua expressão mas ao mesmo tempo carregam conclusões fundas e desconcertantes. É como se fosse um tiro. De plástico. Posto aqui, do supracitado livreto do Heyk (por enquanto o único lançado deste poeta mineiro de 20 anos, residente no rio), o poema "O bicho a gente"


Na sala
e em roda
que se fecha o ciclo
respirar conjunto

........o todo é um novo ser vivo
o esqueleto do bicho é o violão e o
.........................poema escrito

papel petisco copo de plástico com vinho
......o olhar brilhoso é que esquenta
......risada é batida do coração do bicho
o fluido fio dourado da paixão bem dito
................é o pé batendo
........................a palma o bom ouvido

........É um texugo tamanduá bonito
........forte gordo enquanto não termina o rito

........depois esquartejado
..................não morto
...........para ser montado
...........um outro
ao som de um novo
....poema poema organismo

ver mais sobre o livro em Heykfotolog

3 comentários:

Zé(d's) disse...

r Heyk e sua mania de concretismo... "nóia ama assim"

poeta sórdido disse...

ah, não tem de quem, gosto do incômodo;

e nem tem muito do que se gostar assim, não perca tanto tempo.

Victor Meira disse...

Aqui é chão firme prum zinabre, mas apesar disso, nem me lembro o que eu falei dessa aí quando apareceu lá no nosso cantinho.

Gosto. Especialmente da última estrofe.

E toca a poesia por aqui, negão...

Bêjo prucê!

Pós-escrito: ó, te botei nos links do quadradovermelho pra te visitar com mais frequência. Agora, bora postar com mais frequência também, tá lindão? Hahaha, outro bêjo.

crédito do desenho no cabeçalho: dos meses duro, nanquim sobre papel, 2010 Philippe Bacana