quinta-feira

Autopoiese I - Escaravelho

.....................................escaravelho que valha a casca

..........................................carneiro com a lã já tecida

..........................cigarra rompendo as costas do ruído

.

......................................nada abate o sol que reina

............................nem aspira denso o asfalto gratuito

.

......................................mas algum florir ainda se espera

.................................a si

..............................como empilham favos os favos

..............................oitavados

...............................para serem

.................................vagos

....................................sua própria metalurgia

.

.......................................quanto é o enquanto?

.......................................quanto aguarda

.

.................................o pássaro pulmão de lata

.....................que desata a condição de guardião

...................................................................do limo?

..............................água e pedra que se fazem limo

.......................................escuras quão escuros são

.............................................do pássaro os poros

.................................em seu marrom de brilho

.

heyk, 22 e 23 de novembro de 2009, rio | publicado originalmente no caderno literário estrelas vagabundas #1, e também em poema dia

8 comentários:

Eixada disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Victor Meira disse...

Facsimile do comentário no Poema Dia:

Uma decepção quase conformada com o mundo, que segue por um chute de esperança - espera-se qualquer florir. "Florir" é bonito. Disso se empilham favos numa rima vaga - não é? - que culmina num jogo mais ou menos. No fim, o pássaro pulmão de lata intriga verdadeiramente - as figuras provocam charadas. A natureza dele - de poros escuros - o leva à renúncia de seu cargo. Quer valer como o escaravelho, quer romper como a cigarra, mas não por meio do voo. Jamais pelo voo. O voo é a tarefa-comum do guardião do limo. Marrom e escuro, ele o quer apenas por meio do brilho.

Rômulo Ferreira disse...

fala ai meu caro
saudaçoes natalinas e inovadoras de bom ano

muito bom o trampo cara
!!
parabens mesmo!

vai ai nomeu!

www.romulopherreira.blogspot.com
abraçao!

Poesia Maloqueirista disse...

MALOCÁLIA - Poesia Maloqueirista e convidados

Dos trópicos urbanos, eis que surgem Maloqueiristas e agregados, miscigenando tendências, intervindo, provocando. Poetas da fala, corpo e mente, com participação de batucadores e engenheiros das frequências sonoras, interagindo com os transeuntes, no contra-fluxo da oralidade apoteótica. Mais um manifesto lançado ao vento, reunindo velhos-novos movimentos.

Time: Alexandre Souza, Aline Binns, Berimba de Jesus, Byra Dorneles, Caco Pontes, Cláudio Laureatti, Gabriel Nascimento, Gilberto Jet, Giovani Baffo, Humberto Fonseca, Inayara Samuel, Lucas Moreno, Pedro Tostes, Roberta Estrela D'alva,Rômulo Aléxis, Daniel Minchoni e Rui Mascarenhas.

Concepção e Direção: Caco Pontes
Produção: Vani Fátima

SESC Pompeia (SP)
Dia(s) 03/01, 25/01
14h30, 15h30 e 16h30

Wladimir Cazé disse...

gosto muito desse tipo de poesia.

Eliana Mora [El] disse...

se também gostas de pedras...


[eu gostei da tua poesia]

beijos,

El

Guto Leite disse...

Gostei um tanto, poeta! Versos sem caridade, exigentes na leitura atenta e no desenrolar da ideia. Em especial, aplaudo as imagens da primeira estrofe e aquela que finda o poema. Grande abraço

Pedro Paz disse...

DalHe, Reike !

crédito do desenho no cabeçalho: dos meses duro, nanquim sobre papel, 2010 Philippe Bacana