22/06/2013
entulho que produzimos e somos nós
feridos
falhos
carnívoros
**
acordar coberto de poeira
as folhas da suculenta
tentando se virar como baratas
para morar nas frestas da madeira
onde possam brotar
a casa
tenta se esconder entre os monturos
o lodo os vazamentos o assoreamento
os veios fundos por onde enxergamos
os sonhos fundos
que tivemos juntos
**
os espelhos
já
com reentrâncias
e pontas
legislam
lixam
cavam
o choro
contido
por nossas mãos
de tantos tubos
ocupadas
que se evitam
um choro por
telas
pela morte que plantamos no quarto
nas luminárias apontando
como a lanterna dos fascistas
para nossas caras de suplício
de falta
de tudo que podemos e somos e somos
e que agora não fizemos não fomos
2 comentários:
Heyk,
Apreciei bastante esse poema.
É denso e fluido e urge com ternura.
Belas imagens concomitam.
Bravo,
Rita
viagem de imagens e emoções
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