sábado

Na ida

Não se trata de mão na cumbuca. O tártaro é a carne-cria no correio da manhã. Na medida em que pesa arranha. A mordida apanha sangra. Duas três mil partes dos chifres de satã.
Inventei o medo na ida pra não voltar minha mãe.
Ditirambos certos terremotos curtos. Calabresa pimentão e então vias e vias varando o sertão. Caminhão na risada da caatinga. Cárie estoura pneu. Pendão da seca boa. Benta. Bonita. Fonético e politicamente careta. Carreta chegando no maranhão.

20 comentários:

FlaM disse...

esse cara é porreta...
Gostei muito. Gosto do ritmo. do ritmo interrompido, cortado pela coisa curta. pausada (ponto) da oração curta. Oração-palavra. Palavra palavra palavra palavra. Ponto. E sobe-desce ladeira. Palavra.Ponto.
Gosto de nexos inexatos. Significados desconexos. Léxico mundano e palavra rara. Sonora.
Gosto.
Agora agüenta!

beijos de sol,
flam

Guto Leite disse...

Vixe, discordo da Flávia. Gosto até o corte mediano, depois achei certo desandor. De toda forma, está achando uma voz aí interessante!
Grande abraço

Victor Meira disse...

Aqui tem chôro e vela, nego.

Dois gritos lindos: "Inventei o medo na ida", e "Fonético e politicamente careta".

Volto, pra vislumbrar esse cenário-boca.

Esse é beijo de sal.

Hein, rique disse...

fonéticamente estrondoso.
culinariamente materno.
morno e apimentado.

Ditirambos soltos, mas é isso.

Beatriz disse...

Heyk, bacana. Palavra lavrada em chão seco. Imagens fortes. corte- seco, porém pra mim demais. estilhaçamento proposital? Claro que sim. Vc sabe, eu gosto de uma liga entre_meios;)))

Heyk disse...

Bom gente, isso aí foi feito numa força de ritmo Aì justificam-se as métricas falsas e os sons pegados, sequinhos. Mas vamos nós. Essa é só mais uma das fugas de caminhão.

Tô gostando. Digam pra mim aí. É um terror de bom ser medido assim quase em tempo real.

Heyk disse...

adorei o culinariamente materno do henrique. Boto fé.

Vamos nessa!

Isaac Frederico disse...

na base das comparações inaptas de sempre, o "na ida" perdeu um pouco do calibre da série "na(o) (...)".

após as bitolas responsas de "na hora" e "no canal", este é injeção de "quase"...
não tarda sai outro "na bucha", como os citados. reviravolução neles.

Heyk disse...

Fazia um tempo que não tinha um poema assim com reclamações. POr favor meus caros, apontem objetividades, pra eu saber o que não gostaram. Se ñão fica nessa apraz não apraz e eu não sei onde tá o não aprazente.

Hehe.

Bjoquinhas

FlaM disse...

EU ai te mandar aquilo, mas acho que ainda não rolou toda essa intimidade.
mas deixa de ser cricri! que tão prazenteiro queres ser?
Acho que poesia, literatura é assim pega um, não pega o outro. Nem sempre é caso de "solução". Eu particularmente acho que o papo do Guto e do Isaac aqui nao tem nada a ver. Acho que teu "na ida" é bom como está, apraz uns e nao outros...
dá barato nuns, noutros nem tanto
ponto
bj de céu hehe

Heyk disse...

isso intriga da oposição pra apaziguar a crítica. Mas que é, é. às vezes só não cola. EU sei quando não cola, porque não colou, isos no poema do outro né?! Dos meus não sei nada.

Beatriz disse...

Heyk, a liga, cara. Entre os meios desses cortes poderia fazer elos. Acho que é boa a discussão. Cada um coloca seu modo de sentir e pensar. E depois, vc pediu, não? ! Tá, aí, bonito.

Heyk disse...

vou explicar o troço:

a idéia é de sobreposição de planos mesmo. Aì fica essa coisa sem junta.

mas às vezes até eu estranho e vou tratando o poema com o tempo até ficar parecendo linear, mas não tenho nenhuma intenção com linearidade ou unicidade de coisa nenhuma! hehehe.



bjocas lindona.

Vinicius disse...

Aí Heyk,no meu caso o tiro acertou, apesar da falta de intimidade com teu ritmo. E no fundo eu acho que a questão é essa, perto do que o Guto disse, o troço todo tem uma identidade forte, coisa que em geral precisa de um tempinho maior pra descer garganta abaixo, senão arranha.

E não dá muita explicação mermão, deixa o dito pelo não dito mesmo. Rojão é rojão e ponto final. ; )

Até!

Beatriz disse...

Heyk, ainda assim até na arte o excesso arranha, pesa.
Anyway, estilhaçe mais ainda, não sobreponha, nem unifique. ok. beníssimo. então se asim for, sature mais.
tutti baci

Rachel Souza disse...

É,gostei.Gostei desse laiá lerê! Visual, não muito fluido mas bem visual.
Inté! vida longa pra nós!

Heyk disse...

Bea,

hehehe, é... tudo cabe nessa história, é verdade, tô contigo. Excessos o homem grego nega, nós, eu convivemos com os nossos, sempre às ânsias de ou levá-los às últimas consequências, ou ser anemos, cheirosos. Sei lá. Ainda assim cabe.

linda, bjos

Heyk disse...

Tamos juntos, Vinicius.

Rojão é rojão.

É blog n´pe, a coisa tá aberta, aí gosto de me explicar pra ir trocando sobre o processo criativo e tal. É bom. Aqui é espaço de vivência, amigos poetinhas trocando figurinhas.

Aí a gente vai sacando as profundidades do abismo de levinho...

Bjão, rapaz, bom vc por aqui.

Vi vc lá por esses dias, gostei.

Heyk disse...

É rachel,

isso porque esses dias, eu falei que porque aqui não tinha imagem, aí fui motivo de riso. Tá aí, a imagem no poema.

bjocas!

Fabiano Silmes disse...

Beijei o teu poema com meus olhos...e retive a imagem(seca)entre os cortes e as pausas curtas como se estvesse de alguma forma inexplicável diante de um espelho.

Um grande abraço!!!

crédito do desenho no cabeçalho: dos meses duro, nanquim sobre papel, 2010 Philippe Bacana