sábado

Do novo

O Qarumo amarelo e roxogordo de rabinho catavento [lerdo e de sorriso] nada na tela do meu computador.
Existe aqui no fundo de uma tampinha uma extensão da antemão da idéia antiga que transborda. [Começa simples] pedra calculadora científica e argonautas na sibéria. Tudo é tempo [costura mas não rasga] que vem de viagem se acomodar do meu quartinho.
Iguais dentro das caixas [vide o lacre e burle a data] até quando estende o dedo no olho e fura. Foram dinossauros foram dinamites fauna de nanterre bambas de artrite. A regra muda. Castas simples de pastos amplos. A ordem ornamenta as cascas no quando do que no dentro o novo se engravida.
Monstros marinhos coloridos [pura festa] livres das terras mortas. Se tudo fugiu aos planos são plantas vivas que vieram andar por dentro das maminhas das lentes lâminas.
Moléculas simples e previsíveis. Tempo. Tampões de ares ares. As bananas se contradizem. Tempo. Pressão de pares pares. Do olho da coisa veio a coisa.
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Lagarta.
Gente, nessa segunda feira dia 07/07/08 terminei o primeiro livro. Lagarta vai ser o nome. Esse que entra aí na cabeceira é o primeiro texto da obra. Tô deixando ele respirar pra ver se acho os últimos erros e já passei pra um poeta amigo fazer a primeira leitura crítica. Em breve breve começo a correr as editoras. Bons ares. E assim, encerra-se aqui essa série. mesmo sentindo que tenho mais a dizer dentro dela, ela fica estrangulada por um tempo. Logo outras coisas quase mesmas estarão cá a enrredar essa coisa toda.

19 comentários:

Beatriz disse...

Ok, Heyk. Madrugada, chegando quase zonza e aqui o espanto que permanece diante dessas palavras ligadas(?) por elos obscuros?

E elas todas cruas, muito nuas - autônomas no seu texto que tudo lhes permite. Indomáveis.

Se elas te tomam então, leitora atônita diante delas sou impotente perturbada. Provocada para descobrir segredos, sentidos nelas, ali, desordenadas (ou caóticaente ordenadas?). Cada vez mais insólito.

FlaM disse...

Pois, justo este, Heyk, querido, me entediou um pouco. Quando cheguei aí pela metade, a mente já ia longe, pensando em outra coisa. Bem, essa é característica própria da mente inquieta aqui, mas... do que era mesmo que falava o poema? Tive que voltar ao início. Acho que tens que te cuidar (ou não) para não te tornar um parnasiano up to date. Arte pela arte? forma pela forma/ritmo?
Não sei, foram as coisas que pensei nas estradas paralelas do teu poema...
beijos do sul
Flávia

Heyk disse...

Gente, vou tentar resolver a briga com umas chaves e aí me digam se melhorou. A coisa era deicxar o leitor pôr as vírgulas, já que eu não as uso. Mas como houve cem por cento de desentendimento, vou tentar resolver.

bjocas!

Heyk disse...

tá lá.

E no mais meu povo, liga os nervo no texto e fica olhando as coisa dele. Acreditem, esse texto é mais linear que muitos, talvez seja esse o estranhamento. Arte pela arte, nada. Arte por ela mesma. Linguagem a partir de significancias das próprias imagens. É como se fosse uma peça de criação coletiva, só que nesse caso os personagens não são humanos.

Beatriz disse...

tão ligados meus nervos E não vejo as coisa Leitora admiradora melhor prostrada prostrada e vc acena solitário penhasco Altitude pura de significantes dignos signos sal beijo enigma Jorge pós Lima tudo Rem-Rem no fundo de uma tampinha sonha com quem bambo molengo dengoso sanguim dinossauros dinamites bombas artrite nanterre lundum regra muda nada sei iaiá vontade de dormir doida

FlaM disse...

hehe!
beijo, querido (de sal!)

Anônimo disse...

Que bom! Livros novos de autores novos são sempre bem-vindos!

Anônimo disse...

E como vais fazer para publicá-lo?

Heyk disse...

Mister R.
Que bom que também acha isso. Acredito mesmo que tem que ter gente hoje olhando e pensando o hoje. Por isso a urgência de novos autores. Conheço gente que é boa mesmo e que, respondendo a segunda pergunta, só publica se pagar. A tentativa é apresentar o original pros editores conhecidos e desconhecidos e tentar não pagar, e em último caso pagar o mínimo possível.

A busca de uma editora é o reconhecimento de que apesar de ter uma boa distribuição vendendo os livretos de mão em mão, um livro de 64 páginas não teria a mesma facilidade de escoamento. Ele é mais caro do que os dois reais costumeiros que um livreto custa. Então a busca por uma empresa que tenha uma distribuição legal, e um perfil que me interessa se faz necessaríssima.

É isso aí.

jAh dIzIa LeMiNsK...tudo que respira conspira! disse...

vi seu perfil e de imediato falei: nossa que homem bonito!
li seus textos (alguns...ainda!)
e logo pensei: que pessoa iluminada!
da sua arte poucos dominam, e muitos acham que a decifrou!só acham mesmo!
muita força e muita sorte cm seu livro! se um dia eu tiver oportunidade sem dúvida terei o maior prazer em ler!

Guto Leite disse...

Muito bom primeiro passo, poeta! Gosto do texto, gosto do nome! É coisa boa, sinceramente não consigo mesurar o quanto, mas é certamente coisa boa! Fico no aguardo de novas partes da Lagarta! GRande abraço

Heyk disse...

Gente, brigado a força! esses puxões de orelha e lambidas dão uma força que vcs não tem idéia, devem ter sim.

Grato e desmanchado.

Rachel Souza disse...

Tô esperando a lagarta! :)

Naná disse...

A transformação passa não só por si, mas principalmente pelos olhos que a ratificam. Se ninguém credita, como verificar que mudou.
O que são palavras, expressões, gestos, ações se não mudanças a todo tempo, transformando o que era água em vento?

=>Eu disse q viria =]

Isaac Frederico disse...

fala heyk !

cara eu achei esse o melhor de todos os da série, broder. se foi o último, foi a chave de ouro porque um tiro do calibre de

"O Qarumo amarelo e roxogordo de rabinho catavento [lerdo e de sorriso] nada na tela do meu computador."

dando o tiro de largada, foi insólito e feríssimo.. "roxogordo" kkkkkkkkk

po me amarrei sério nesse hehehe
abraços

Unknown disse...

Uau..
Que maravilha conhecer isso aqui.
Pq não esbarrei nesse link antes!!

Ahaha

beiJOS.

Heyk disse...

Vamos nessa, meus caros e caras caras.

Nem sie mais o que vou pôr no blog, mas já desconfio e é notícia boa.


Grato gratíssimo pelos escritos cá nessa canto de canto, né?! Viva.

Bom, com força. E perdoem as visitas escassas... Tõ respitando um pouco fora dos pluigs da máquina. Tá me fazendo bem.

FlaM disse...

heyk:
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

vim só pela arte, que arde pela arte e pela forma vim pela lambida e pela língua

beijos e lambidas de sal
lambidas lentas lúdicas lúbricas
luto laico de los loucos literatos
lagartas listradas manuelares
dão loas em lan hauses
lendo-te lerda e louca
lambo tua língua-flor
flor do lácio inculta e bela -
língua que beija lambe e fela
letra-palavra líquida
ensalivada na língua viva
de sal de sol de céu anil azul ao sul
a língua singela de camões e bilac
que por ti vela
(em vozes veladas,
veludosas
e volupotuosas vozes)

beijos da língua do sul
f.

Victor Meira disse...

Legal nego. Tem umas construções mto boas. Achei ótimo "Foram dinossauros foram dinamites fauna de nanterre bambas de artrite". Ótimo.

Ó que engraçado: "Se tudo fugiu aos planos são plantas vivas que vieram andar por dentro das maminhas das lentes lâminas". Tenho a impressão de que se eu lesse esse texto meses atrás, ele estaria sem essa maçaroca de genitivos que tanto me agrada. Talvez rolasse "por dentro maminhas lentes lâminas", construção que desce quadrada pra caramba.

E as impressões que Do Novo lança dizem respeito àquele assunto que conversamos outro dia, sobre assuntos relevantes a serem tratados nesses nossos escritos. Do Novo é a tela do meu monitor furando meu olho. É pressão em bit pra gerar gigabyte no tempo.

O ultimo verso é super sonoro.

Tá bacana e vou ler mais.
Bêjo quadrado!

crédito do desenho no cabeçalho: dos meses duro, nanquim sobre papel, 2010 Philippe Bacana