quarta-feira

II - Dos processos parangoléicos

Na calada da noite dos do it your self eu me engulo. A construção do objeto é redentora à medida que toda morte é liberdade de uma algema aqui outra lá. Construir. Tralalá.
Num nação-balão desses que explode no vento e vem lamber o teto da nossa preguiça, coloco em dúvida pra quê se voa. Coloco a questão no arco da envergadura do pavão. Que não voa. Quando o fogo vem de cima ele é propício. Fogo eterno, providência da Providência divina.
A rede tá formada. E os vôos são questão secundária. Interessa que com espingarda se derruba o pavão se ele voar. Ele cai na rede e aí é igual vaca: aproveita o couro, as unha, o símbolo, as pena e a carne. Arma a rede, soldado!
E vamos de não linearidades simétricas.
Com os punhos travados, bicho, é um pau agüentar as coisas. Pugilista tem que comer. Abaixa a guarda, Soldado.
E digo: todo trabalho que tem cérebro misturado é trabalho de ficção científica, haja calo no olho pra enxergar que junto é bonito, é difícil e só na lenda funcionou exatamente como eu queria: Babel! Babel!
Esse também é um chamado: Quantos palmos faltam pra pôr a torre em pé? Quantas horas a gente tem pra correr daqui pra beradinha da pontinha da história e olhar de lá de cima que: a modernidade falhou, joaquim? Repito, sai de cima. Na academia a brecha é a mesma: - Nós os políticos não vimos quem deu o ponto errado. - Mas o plano era infalível. - Mas a hora chegou, puxa o tampão.
E de gole em gole foi-se a dúvida. Agora é certo: garantido e enjaulado: chamem os bombeiros, meus amigos. O que tá queimando do mesmo tamanho e no mesmo calor é o resto de podre que ainda sobrava e do outro mesmo lado queimando junto os troços que podiam dar fim na queimadura. Entonces, Astuto Brasileiro Letrado: vamos ter que inventar um herói novo: - Abre as comportas sobre nós. - O que tinha de atraente nessa cena o fogo também lambeu. - Boa sorte, aspirantes.

7 comentários:

Rachel Souza disse...

Primeirissíma na cena!!! Honrada!! Salve, Salve os processos parangoléicos madrugada pau dentro! É Heyk, o velho ciclo da vida representado também e tão bem nas cartas de tarô... O arcano da Morte representa nascimento, oportunidade, portanto vida! "à medida que toda morte é liberdade de uma algema aqui outra lá. Construir. Tralalá." É isso, caboclo...rs
Ahh e todo e qualquer trabalho é de ficção. Aponte algo que não seja ficção, te dasafio!rsrs
Beijo!!

Heyk disse...

Caramba, acho que sonhava com ouvir isso um dia: Aponte algo que não é ficção, te desafio!

Uau! É isso aí. Já que o jogo tá aberto, inventemos a noss própria epopéia!

Rachel Souza disse...

Vc sonhou ouvir isso um dia e foi ouvir logo de mim?rsrsrs
Ó Rachelzinha aí realizando sonhos, gente!
Criemos!!

Guto Leite disse...

Salve, salve, poeta, me empresta um sorriso quando vejo lidares tão bem com teu estilo, já pessoalíssimo, e tua revolta! E que o testa de ferro levante a cabeça na fronteira, rs... Abração

Victor Meira disse...

A guarda tá baixa, nego.
Agora tô esperando o soco.

Haja carne nos teus pavões, já que minha espingarda é de bala rachada e munição infinita.

Manda ver.
Abraço!

Heyk disse...

é isso aí meu povo.
Dessa vez vim com mais humor, confiram lá a abundesmação.

Saudades do todos. Aí o caos da tá divino.

Beatriz disse...

Centauro-Caravela, e seu parangolé!
Lindo! Lindo e lindo!

crédito do desenho no cabeçalho: dos meses duro, nanquim sobre papel, 2010 Philippe Bacana