terça-feira

"A traineira arrasta"

A traineira arrasta o retalho
manta de sol
na lagoa de lata

na restinga rio são Paulo
o brejo das casas
é o mesmo

Meu outono, arrematado
por tijolos incompletos

a linha reta é a regra de
seus balcões de construção
sorveterias
armazéns acolhem
as médias
as médias altas
que aguardam o verão

angústia de tevê
desejo latino
de no mangue
reinventar beverlirrius


o título é um copia e cola da banda Na sala do sino

Rio das Ostras/RJ, à Brenno de Castro, 2010

5 comentários:

tomazmusso disse...

gostosa essa hein!

Renato Torres disse...

Heyk,

tinturas tuas encontradas cá me são comuns. aqui também vivemos a sol de mangues e "correntezas infeccionadas". bom passar pra te visitar entre águas. irmanamo-nos aqui, translucidamente.

abraços,

r

Giovani Iemini disse...

bem doido, hein!

Philippe Bacana disse...

Pra mim essa é a campeã do Sopro Sopro.
Ela segue sincronizada com meu "instinto" visual do começo ao fim. A coisa da regra da linha reta é de chorar: mano, que sensibilidade nisso daí. pô... to contente, viu?

Um abraço, queridão.

Behba ♥ disse...

eu gosto dessas tuas letras pq elas são assim, assim, desse jeito.
De sempre estarem por ai,
num sai caçando e num tem marca de suor.
Elas são só buscadas, previamente combinado de se combinar...

Enfim, eu gosto dessas tuas letras

crédito do desenho no cabeçalho: dos meses duro, nanquim sobre papel, 2010 Philippe Bacana