segunda-feira

coragem

........................centuriões tubulares
................................acorrentados
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........................eles fazem a guarda e metal
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........................no que os carros japoneses repousam caros
........................atrás da vidraça polida
................................................a sal e
........................................................ódio
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........................o petróleo
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................................não é
................................rosa
................................ou cinza
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................................CHAMA
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........................e
........................nem há
........................desperdício ou cansaço
........................nos pobres entulhados
................................no ônibus
................................nos chinelos
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................................úteis
................................seguem
.
........................o concreto
................................de pódios e
....................................altares
........................que monta no bico da rua
........................o conforto e o mando
................................sem placa
........................da santidade motorizada
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........................que o cruzamento
........................dos pobres entulhados
................................no ônibus
................................nos chinelos
.
................................úteis
.
................................busca e
...................................segue
.
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........................essa alegria enrabada
........................essa covardia luminosa
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........................são
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........................a solidão insistente
........................endossada pela lenda dos frutos
................................................ceguetas e
....................................................risonhos
........................que chamamos coragem,
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........................................a vaidade de se
........................................saber
................................................cor

5 comentários:

ander lice disse...

gosto do heyk político também.
potente.

Victor Meira disse...

É Andercelly, um moço político observador, vendo as gentes pela janela do ônibus na volta do trabalho, constrangido, empático, derramado como o não-ser no prisma social, inexistente senão enquanto voz no ambiente físico-social.

Sacode esse blog, Heyk! Mãos à obra!

Rachel Souza disse...

O ônibus é o herói dos utéis. Basta ver seus semblantes ao passar um, cheio ou semi-cheio.

Heyk disse...

gente,
tô tentando escrever. escrevi dois poemas desde agosto. me descolar das tentativas anteriores tem sido uma meta, apesar de assistemática.

tô usando outras ferramentas e repetindo antigas também. meu vocabulário muda pouco, mas já aprendi que a coisa é como a Compulsão Diária fazia, lembram? publicar um mesmo texto 7 ou 8 vezes, sempre editando eles.

O Marcelo me disse que usar 'pobres', assim seco, é piegas. vou mexer nisso.

A coisa que ais tentei fazer nesse poema vou uma modificação estrutural na construção que costumo usar. Não sei se consegui.

Nayara Borato disse...

Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Nayara e cheguei até vc através do Blog SOMESENTIDO. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir um blog do meu amigo Fabrício, que eu acho super interessante, a Narroterapia. Sabe como é, né? Quem escreve precisa de outro alguém do outro lado. Além disso, sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas. A Narroterapia está se aprimorando, e com os comentários sinceros podemos nos nortear melhor. Divulgar não é tb nenhuma heresia, haja vista que no meio literário isso faz diferença na distribuição de um livro. Muitos autores divulgam seu trabalho até na televisão. Escrever é possível, divulgar é preciso! (rs) Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs





Narroterapia:

Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.



Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.

http://narroterapia.blogspot.com/

crédito do desenho no cabeçalho: dos meses duro, nanquim sobre papel, 2010 Philippe Bacana