.................................................................tudo
aqui é assim: sem chave
..................................................................................intransitivo
e civil.
..............................................................................Armando Freitas Filho
a casa perde as esperanças
levaram-lhe
as janelas
.....................................amigo a quem
.....................................no reencontro falta um olho
.....................................ou que enlouquece
.....................................e vive de bombons
.....................................num pano
......................................e quer se desculpar por isso
casa
ferro em maço
sonho
e
trincheira das crianças
já não há casamento
ou dinheiro
agora sabe
carniça
te desmontam de noite
perdeu as carenagens
sozinha onde outros tantos montes de areia
avisavam de outras casas
que não vieram
apressada e pioneira
levaram com marreta
as esquadrias
irmã manca que escondem
só queria ter mãos
para cobrir o rosto
3 comentários:
O tempo tem feito bem aos teus poemas.
bonito, bem bonito!
Ô miséra... Poema acessível, Heyk, claro e transparente. Vibe #canseideserhermético.
Tive a impressão de que o "avisavam" ali na estrofe monoverso ia ser um "avistavam" e o T caiu, haha. Só uma impressão boba minha, acho que meu olho leu "avistavam" da primeira vez.
Acho doida a dodecafonia de tempos verbais nesse espaço curto de poema, veja aí:
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...te desmontam (PRESENTE) de noite
perdeu (P.PER.) as carenagens
sozinha onde outros tantos montes de areia
avisavam (P.IMP.) de outras casas
que não vieram (P.PER.)
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Não é ruim não, só é exigente à beça. Quem tá deslocado são os dois últimos verbos, que convencionalmente seriam P.PER e Condicional:
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...te desmontam de noite
perdeu as carenagens
sozinha onde outros tantos montes de areia
avisaram de outras casas
que não viriam
-----------------------------
Sim, o condicional é menos interessante, porque no PPER o fato já aconteceu como se previra, coroando a vibe depressiva do protagonista.
Ganha-se em precisão, mas pode ser uma barreira na leitura. Precisa-se destravar o enigma pra que o rio flua.
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