quarta-feira

De sempre

(homenagem ao feitos de ontem)

Estado instituído de sempre
pelas penas porosas de sempre

tudo o que vier depois adicione o de sempre

os poderosos
os cães de guarda

e as raposas mortas
nas costas de ratazanas dúbias

Quanta maquiagem pra tão pouca cara
madeira de lei dilui em formão sem tinta
sem calos plásticos térmicos
sem fibra ou fala de finja

dos dizeres de sempre
cai a baba de oito bocas
pilhas de massa batida
cordões contenedores
do sempre de sempre

olhos de prazer
frases germinais
elas aumentam
elas segregam

elas enfrentam as calhas dos rios de poder igual
que caiam as caras brancas de susto de cal

por exigir o de sempre calaram as quinas das vigas do rito
perderam a migalha da meada dos quilos de entre águas

somos fortes
somos sérios
somos arte
com as armas de sempre
a meia volta de sempre


4 comentários:

Guto Leite disse...

Opa, que beleza! Nisto que eu falava ao propor arte atuante. Teu poema diz muito sobre nossa corrida atrás do rabo, do outro, que acaba por ser nosso mesmo! Abração, poeta

Anônimo disse...

Só pra dar um oi ! Nao li pq to sem cérebro, se é que me entende!

Bjaooo

Méntimus disse...

Gosto do instinto quente e forte da ação que sempre produz consequências.
Expressão-expressa
Imedi-ata.

A força do extremos entre sempre e nunca carrega um equilíbrio a ser descoberto. Por isso vamos além!
Vamos lá.

Anônimo disse...

E um lírio na mão

crédito do desenho no cabeçalho: dos meses duro, nanquim sobre papel, 2010 Philippe Bacana