terça-feira

Viaduto da beneficência

curvo
de ser uma resposta lapidar para os vales,
o viaduto arfa

talhado [
seu calçamento polido nos pés dos transeuntes,
seus parapeitos baixos
.............], não é heroico,
é de menos medo

mas é curvo,
por não ser utópico, concreto armado


o viaduto da beneficência,
senil,
nos braços dos vergalhões,
é curvo,

doente de levar doentes
à encruzilhada íngreme
dos milhares de quartos portugueses de hospital

3 comentários:

Gabriel Barbosa (@umgabriel) disse...

Que isso, cara! Foda demais. Tem um viaduto em Barra do Piraí, o único, parece, e me lembra muito disso. Todo o cansaço, todo o desgaste, todo o arfar. E...pf...liga o centro à Santa Casa de lá. Olha só isso!

Heyk disse...

absurdo mesmo gabriel!
caramba. eu quero aumentar esse poema, fazer uma série, vamos ver se vai.

Anônimo disse...

Heyk,
Muito bom poema.

Mariel Reis

crédito do desenho no cabeçalho: dos meses duro, nanquim sobre papel, 2010 Philippe Bacana